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No ano de 2006, foi organizado o primeiro seminário para discutir a pesquisa denominada “Violência Intrafamiliar e de Gênero - o caminho das mulheres no enfrentamento do sofrimento”, sobre os percursos e itinerários que as mulheres em situação de violência percorrem nos serviços e nas instituições quando decidem dar um basta às violências.
Este seminário baseou-se em uma pesquisa realizada na América Central e Latina denominada “La Ruta Crítica de las mujeres en el enfrentamiento de las violencias” (Sagot, 2000) e foi denominado Seminário sobre as Rotas Críticas.
Os temas abordados nas palestras de abertura do seminário foram: “A rota crítica da
violência intrafamiliar nos países latino-americanos” proferida por Montserrat
Sagot, da Universidade da Costa Rica e “As rotas que estamos percorrendo” proferida por
Stela Meneghel, Elida Hennington e Fernanda Bairros.
Na primeira parte deste livro, apresentamos algumas das palestras proferidas no Seminário. Esta parte compreende quatro trabalhos. O primeiro deles: “A Rota Crítica da violência intrafamiliar em países latino-americanos” da autoria de Montserrat Sagot, mostra os principais achados da investigação pioneira realizada sob os auspícios da OPAS.
“A Rota Crítica das mulheres no Brasil – aspectos preliminares do estudo em São Leopoldo”, de Stela N. Meneghel, Élida Hennington e colaboradores, é um capítulo em que se apresentam as vivências de campo e os dados preliminares da pesquisa sobre a Rota Crítica em realização no Brasil.
“Violência de gênero – em busca do fortalecimento de mulheres” um texto da autoria de Patrícia Grossi, Sônia Almeida e Fabrício Tavares discute a importância dos operadores sociais no acolhimento e atenção a vítimas de violência.
“Observações sobre pesquisa autobiográfica e concepções feministas: metodologias para refletir sobre a violência doméstica e a Educação” de Edla Eggert, aponta novos caminhos para a construção das pesquisas pautadas em gênero.
“O sofrimento emocional de mulheres em busca de ajuda” de Marlene Strey é uma reflexão sobre o sofrimento emocional das mulheres ao percorrer o caminho de busca de ajuda.
A segunda parte do livro que denominamos “Outras vozes” compreende outras pesquisas relacionadas ao tema da violência baseada em gênero, desenvolvidas por autores que pesquisam gênero e inclui o texto de Rosangela Barbiani & Stela N. Meneghel sobre “Estratégias de enfrentamento às violências”, uma pesquisa que investigou histórias de vida de mulheres em situação de vulnerabilidade em São Leopoldo.
Encerramos a publicação com os ensaios “Maria da Penha: da dor ao combate” sobre a Lei nº 11.340/06, denominada Maria da Penha, de autoria da procuradora de justiça Maria Regina Fay Azambuja e “A violência doméstica na justiça” de Maria Berenice Dias, desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
Esta obra não seria possível sem a ajuda de um extenso grupo de professoras, pesquisadoras, alunas, militantes do movimento de mulheres, feministas e trabalhadoras sociais. Agradecemos especialmente à Dra Montserrat Sagot que viajou da Costa Rica a São Leopoldo, para gentilmente participar neste seminário, às professoras e pesquisadoras: Marlene Strey, Patrícia Grossi, Eddla Eggert e Marla Parlow, a Hugo Spinelli parceiro de pesquisa na Argentina, aos bolsistas de iniciação científica que auxiliaram em todos os momentos, a Suelen Matter, pela apresentação de música lírica.
Á Coordenadoria da Mulher e Centro de Referência Jacobina da cidade de São Leopoldo pela parceria na pesquisa. Ao Curso e Especialização em Medicina da Família e à Unidade de Educação Continuada da UNISINOS pela cooperação e ao Instituto Humanitas que realizou a cobertura integral do evento. Em especial, às mulheres que fizeram parte das investigações aqui descritas e que anonimamente aquiesceram em narrar as suas histórias e suas vidas, o nosso agradecimento.
Stela N. Meneghel
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