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O Seminário Internacional Rotas Críticas II – Mulheres enfrentando as violências foi uma promoção da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, através do PPG Saúde Coletiva, Instituto Humanitas/UNISINOS e da Escola de Saúde Pública/RS.
O seminário contou com o apoio de professores e pesquisadores de universidades nacionais e internacionais que debateram amplamente os resultados de pesquisas e propostas para o enfrentamento das violências. A idéia motriz era encontrar estratégias eficazes para ajudar os trabalhadores sociais e de saúde, assim como as mulheres afetadas. Estes temas foram abordados nas palestras de abertura do seminário: “O que precisamos fazer para enfrentar as violências contra as mulheres?” proferida por Montserrat Sagot, da Universidade da Costa Rica e “A importância da perspectiva discursiva para os estudos de gênero” por Lupicinio Iñiguez, da Universidade Autônoma de Barcelona.
A estrutura do Seminário contemplou três grandes eixos de discussão pautados nas seguintes questões:
1. estratégias para romper com as violências
2. ferramentas para trabalhar com gênero
3. experiências dos serviços.
Estes eixos foram escolhidos no intuito de buscar subsídios para trabalhar com mulheres e explorar
dispositivos que dessem conta de impactar no problema.
O livro Rotas Críticas II - Ferramentas para Trabalhar com a violência de gênero
Download do livro ao clicar na imagem
"Este livro é um recado à sociedade e a quem milita na causa feminista de que hoje, dar continuidade à luta das mulheres significa reconhecer que é preciso estender a compreensão da política para o
âmbito da transformação da cultura do cotidiano, a partir da casa, da intimidade do quarto, da educação das crianças, ou seja, lá onde as origens arcaicas e perversas que marcaram a condição da mulher e
foram evidenciadas em “O segundo sexo” continuam vigentes e vivas, reproduzindo-se e persistindo. O silêncio e o silenciamento feminino se mantêm sob o manto respeitável e louvável do respeito
à intimidade.
Os textos de todos os autores que compõem a coletânea trabalham para mostrar os dois lados: os problemas e os caminhos de possibilidades. Sobretudo, investem nas trilhas que se fazem com o
esforço pessoal e o apoio da comunidade ou dos grupos. Os autores mostram que é possível incluir nesta marcha de um dos mais longos e importantes movimentos sociais da história, o feminismo, as mulheres simples e desconhecidas que estão ávidas por mudanças e que só um trabalho que envolva o fortalecimento de sua subjetividade e de sua comunidade levará ao sucesso.
Assim, encerrando este Prefácio e agradecendo a Stela e a todos os autores a honra de havê-los introduzido, comemoro os 60 anos da obra seminal de Simone Beauvoir sobre “O segundo sexo” e
considero, concordando com os autores da coletânea, que a proposta de liberação da mulher e da igualdade nas relações de gênero está longe de ser atingida. Os números e as formas com que se apresenta a violência de gênero, sobretudo a violência conjugal, no mundo e no Brasil, confirmam a necessidade de se investigar as rotas sutis e recônditas que esse fenômeno segue, envolvendo mulheres e homens e prejudicando o crescimento e o desenvolvimento das crianças.
Mas também, com os mesmos estudiosos, acredito na importância de uma obra que enfatiza intervenções positivas, apresenta formas de prevenção da violência e dá ênfase à promoção da vida.
Pois, não podemos descansar frente ao fenômeno secular da violência de gênero fundamentada no machismo que menospreza e torna a mulher submissa e dependente. A construção da igualdade de gênero e a intervenção nas rotas críticas de mulheres que sofrem violências precisam continuar, provocando transformações nas subjetividades e apostando no fato de que todo avanço delas constitui também um ato de libertação do homem"
Maria Cecília de Souza Minayo
Pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz
Coordenadora Científica do Claves/Fiocruz
Clique na imagem abaixo para conferir a entrevista com alguns dos palestrantes que estiveram na segunda edição do seminário Rotas Críticas.
